O natal da saudade
Nesse dia de vinte e quatro todos se vestiram de saudade, os rostos, os olhares, os pensares e até mesmo o ambiente envolvente trouxera as cores, os cheiros, os lugares por preencher e tudo aquilo que outrora houvera nesse dia tão especial.
As luzes coloridas davam aos seus rostos um brilho singular, como que relembrando a saudade por eles vestida, que de luz se fazia esse recordar de pessoas ou momentos passados.
Os olhares esses, cruzavam se de forma ténue e tímida como que se unindo numa só saudade partilhada, e dessa encruzilhada dos sentidos sobressaiam os sorrisos de quem da mesma forma essa saudade vivia.
Os pensares divagavam por entre e a volta da mesa repleta de cores e cheiros, onde em cada um existia um pedaço de tempo ido que jamais fora esquecido, e assim preenchiam cada lugar vazio com as mais belas recordações de momentos ou pessoas passadas.
O ambiente envolvente mesmo que repleto de melancolia resplandecia com as cores deles rostos que de luz se encheram nesse recordar de vésperas passadas.
A troca de olhares que em sorrisos se tornara, dava agora asas a partilha dessa mesma saudade que os unira, em forma de risos e histórias que sempre marcaram esse dia de vinte e quatro, dando ao ambiente que os envolvia a musicalidade perfeita que aí faltava.
E nos lugares que agora se preenchiam em cada um dos seus pensares, festejavam também todos aqueles de uma forma ou de outra partiram, unindo se a este dia tão especial onde todos serão sempre recordados.
Nesse dia de vinte e quatro todos se vestiram de saudade, para que o natal não fosse tao somente tempo de dar e receber, mas também de recordar, e assim, mesmo nas ausências daqueles que partiram se pudesse viver todos aqueles momentos e pessoas que tantos nos deram e tocaram ao longo de outras vésperas.