Nos teus braços
Nos teus braços, nunca foram somente abraços, nem dos teus braços senti tão só amparo, no aperto deles os teus braços, sempre houvera espaço para mais do que o simples enlace de dois corpos em busca de afetos, e nesse entrelaçar a que alguns chamam abraço, sentimos mais do que o conforto, mesmo que dele isso bastasse e mais nele não se procurasse.
Nos teus braços, nunca o tempo ousou apressar se, nem dos teus braços o seu decurso se tenha feito sentir em vão, e se neles o tempo em pedaços se desfazia na volúpia dos abraços, era para que eles se tornassem fragmentos de tempo e que assim pudessem ser enlace que no tempo perdurasse e não tão só abraçar pontual sem tempo nem hora marcada.
Nos teus braços nunca eu me satisfaço, nem deles teus braços sinto alguma vez o embaraço, mesmo que longo seja esse enlace que em forma de abraço a ambos teima em nos juntar, e se neles houver sempre espaço para que os meus neles possam morar, então é neles que o meu tempo em pedaços se irá fragmentar, para que assim nos teus braços nunca seja tão somente abraços.