Já era Amor
Já era Amor, mesmo antes de o ser, e sem o saberem tanto sobre ele, iam de ali em diante, escrever.
E na leveza que ao tempo se deu, ele o Amor, se transcreveu na ligeireza de momentos e pequenos pedaços dele tempo, que se iriam viver.
Já era Amor, nas entrelinhas, por entre, e nos espaços que de afetos se enchiam, e até nos silêncios, ele Amor já teimava em se fazer ouvir.
Uma subtil sintonia de entrega a esse Amor, que paulatinamente se fazia sentir, em cada doce enternecer de segredos e confidencias.
Já era Amor, nas manhãs dos seus olhos, dando brilho a esse sentido amanhecer de sentimentos, que no despertar dos dias ao Amor se iria render.
E nas tardes e noites, já ele Amor, era beijo e afeto, cúmplice e discreto, e adormecer, nunca mais iria, pois, delicado, meigo e inquieto, Amor ele ser, iria.
Já era Amor em cada partilha, em cada linha, em cada cumprimento, era o Amor que não se adivinha, que na sua gênese se estranha, mas que docilmente se entranha.
É o Amor que nos acalma, que bem nos faz a alma, que é vida porque de nós cuida, é o Amor que mesmo não aparente, ao de leve se sente.
Já era Amor antes de o ser, agora a eles, só lhes restava, o Viver.