Faltas
Faltas são as ausências, os espaços, as insuficiências, os vazios, que por vezes são tão difíceis de preencher.
E porquê ? Porque tudo nos faz falta.
Faltam os Abraços, ausência de um entrelaçar de braços, que ocupa os espaços que nos separam, preenchendo o hiato entre dois seres e tornando os afetivamente suficientes.
Faltam as Palavras, e essas ausências tornam se silêncios, pois não lhe damos o seu devido espaço, e se nunca as deixarmos se juntar. nada nem ninguém poderemos preencher, e sem elas, nunca teremos frases, nem expressões nem simples sentenças e tudo ficará por dizer.
Faltam os sorrisos, ausências de risos, falta de juízo, falta o rir por querer e sem querer, falta o não ter razão para seja o que for e muito menos para sorrir, pois, como se pode a alma alimentar sem esta delicadeza que o nosso rosto lhe pode presentear.
Faltam os beijos, ausência que retrai os lábios ávidos de outros tocar, desejosos em preencher um espaço que os liga a quem os amam, a quem deles cuidam, sejam eles amantes, namorados ou eternos apaixonados, beijos nem que um seja, será sempre o suficiente, pois atrás dele haverá sempre outro, assim eles são, os beijos apaixonados ...
Faltam as caricias e nesta sua ausência tudo nos faz falta, acariciar é como beijar o corpo e a alma com a ponta dos dedos, é o abraçar de dois corpos na intermitência de uma frágil e cuidada forma de tocar, de uma simples caricia se abre um rosto e nele nasce um sorriso, e nesse eterno afagar de sentidos, as palavras, essas, renascem e tudo o que até aqui eram vazios voltam a se preencher de afetos, para que jamais nada nos faça falta.