Amor de verão
E naquele final de julho trocavam mensagens desenfreadamente como se não houvesse um qualquer amanhã, e como se naqueles dias ou noites tudo tivesse que ser escrito até a exaustão, para que nada por dizer ficasse.
E o fim das noites e mesmo as manhãs, essas eram passadas a reler cada frase, sorrindo para cada sorriso nas mensagens trocado, relendo e sentido cada afeto como se os tivessem já vividos, ansiosos pela próxima troca de mensagem, que certamente desde o cedo acordar a eles iriam voltar, tal já era paixão sentida neste simples ato de mensagens trocar.
E as manhãs, e as tardes e noites desse colorir de afetos iam se preenchendo, carregado na ânsia de um simples notificar, um discreto clique que tudo ia mudar, pois neste instante os seus rostos voltavam a brilhar, a pele a arrepiar e todos aquelas borboletas de volta aos seus voos de forma descontrolada ao estomago lá iam voltar.
E as temperaturas deste verão aumentavam a cada passar desses dias, e os ímpetos dessa paixão sombras não procuravam pois, de forma nenhuma iriam ou queriam sossegar, e seria nessa espiral de desejos, afetos, atração assumida, entusiasmo, fascínio e declarado arrebatamento que eles se iriam entregar.
E as mensagens juntaram conversas sem fim, onde tudo e nada faz todo o sentido, quando o simples desejar é ouvir e falar, onde os risos e as risadas nos seus quartos entoavam, como se já lado a lado estivessem, e não houvesses muros ou paredes que os pudessem separar, e já certos onde essas longas conversas os iriam levar, deixaram que os sentimentos se pudessem libertar, deixando escapar seus desejos e vontades como se já nada pudesse importar, e de verdade se diga, não importava.
O dia chegara, e finalmente olhos nos olhos eles poderiam comprovar se ele amor de verão não era ele um simples desejar sem ponta por onde lhe pegar, ou uma intensidade tal, que paixão e todo outro qualquer sentimento difícil seria de segurar, mas a empatia tal já era, que não haviam como se enganarem, o que escrito e falado nesses dias, pronto para ser vivido nesse fim de dia de verão estava.
Essa história longa já vai, e ele verão de forma tão intensa se viveu por ambos, que tudo aquilo que fica por contar, pouco importa senão, para por eles ser relembrado, uma certeza irá ficar, esse verão ao amor decidiu se entregar, e se foi fogacho, mera paixão ou uma amor para toda uma vida, pouco interessa, ambos aceitaram que iriam viver esse amor de verão e a ninguém cabe julgar a que estações ele pode ter chegado.