Amar nas entrelinhas
Foi nas entrelinhas de um sorriso teu, ora meigo, ora tímido, ora sem forma sequer de o adjetivar, que descobri a palavra amor e foi nas linhas desse contentamento do teu rosto que encontrei também o meu.
Nas entrelinhas do teu corpo perdi a noção do espaço e do tempo e foi por entre, e nelas linhas do teu ser que o meu quis ali permanecer, e tantos foram os poemas que pelas suas linhas se escreveram sem que para isso fossem precisas palavras, pois foi nos afetos e na contínua necessidade de suas linhas percorrer que poesia se fez.
Nas entrelinhas e pelas linhas dos teus lábios redescobri o significado do beijo, e foi nesse tocar dos teus com os meus que cada um dado me fez ansiar pelo próximo, como que um vicio perfeito que se tornou numa profunda vontade de que com ele, beijar, as nossas almas pudéssemos acalentar e ali quem sabe eternamente ficar, mesmo que nelas, linhas não houvesse as quais nos pudéssemos agarrar ou nelas o tempo parar. Pois cada beijo dado é o instante que sempre quis eternizar e dai a ele ter dado uma nova definição como sendo tão simplesmente um beijo teu.
Nas entrelinhas dos olhares que trocamos nasceram novos sonhos e novas esperanças como que se eles olhares ao se cruzarem se juntassem para num só olhar se tornarem, e foi pelas linhas dos teus olhos, ora brilhantes, ora inquietos, ora cansados, que os meus olhos para sempre quiseram ficar para que até no seu doce descansar eles pudessem estar e ser ele olhar teu, os olhos do seu despertar.
Foi nas entrelinhas da palavra amar que percebi que ela como palavra só ganha significado quando, por entre e nas suas linhas ousamos nos entregar e aí cada um de nós encontra a sua verdadeira e sentida definição.