Encontro
Na incessante esperança de encontrar o seu ser nem que seja por um breve momento, tento suavemente afastar este véu de infinito que separa este meu desassossego na fronteira dos sentidos, quero nem que seja ao de leve tocar-lhe e com a ponta dos meus dedos, deslizar pelos traços que no seu rosto definem um sorriso terno e acolhedor, neles seguir este rumo sinonimo de jubilo para no desencontro dos meus dedos que por ele rosto se espalhem, minha mão se abrir e poder assim sentir a sua amplitude e deixar me envolver nas suas feições… Afagar uma qualquer lágrima que nos contornos dos seus olhos possa surgir, humedecer minha pele no florear dos seus lábios repletos de um orvalho que em cada suspirar seu se condensa, ânsia de um sentido amanhecer que só o encontro de sensibilidades pode alguma vez despertar, nesta cumplicidade que a fronteira dos meus sentidos separa, envolvo me secretamente sempre que os meus olhos fecho, sonhando com este amanhecer apartado por este véu de infinito, e no reabrir dos mesmos afasto me sempre da mesma forma deste pequeno pedaço de tempo com os dedos ainda trémulos que suavemente encerram esta cortina de desejos, no intuito de nesta envolvente meu sonho se manter intacto e imaculado, ele que ainda hoje se alimenta da mesma esperança...
Pois jamais nesse curto espaço de tempo terá existido uma despedida nesse cúmplice amanhecer, ficando no ar um sempre emocionado ate breve no momento de partir na promessa iminente de um dia o nome deste rosto também nele ser revelado, este que é meu ainda tímido desassossego que incessante me faz fechar os olhos e sonhar…