Já era Amor, mesmo antes de o ser, e sem o saberem tanto sobre ele, iam de ali em diante, escrever.
E na leveza que ao tempo se deu, ele o Amor, se transcreveu na ligeireza de momentos e pequenos pedaços dele tempo, que se iriam viver.
Já era Amor, nas entrelinhas, por entre, e nos espaços que de afetos se enchiam, e até nos silêncios, ele Amor já teimava em se fazer ouvir.
Uma subtil sintonia de entrega a esse Amor, que paulatinamente se fazia sentir, em cada doce enternecer de segredos e confidencias.
Já era Amor, nas manhãs dos seus olhos, dando brilho a esse sentido amanhecer de sentimentos, que no despertar dos dias ao Amor se iria render.
E nas tardes e noites, já ele Amor, era beijo e afeto, cúmplice e discreto, e adormecer, nunca mais iria, pois, delicado, meigo e inquieto, Amor ele ser, iria.
Já era Amor em cada partilha, em cada linha, em cada cumprimento, era o Amor que não se adivinha, que na sua gênese se estranha, mas que docilmente se entranha.
É o Amor que nos acalma, que bem nos faz a alma, que é vida porque de nós cuida, é o Amor que mesmo não aparente, ao de leve se sente.
Já era Amor antes de o ser, agora a eles, só lhes restava, o Viver.
Naquele banco de jardim guardavam-se beijos, abraços, sorrisos e confidências.
E ali se reencontravam os seus lábios, neste abraçar dos seus rostos e suas almas.
Guardavam-se juras de amor, afectos e silêncios.
E por entre amáveis promessas, carícias e quietude, era naquele banco de jardim que os amores, sentir, se faziam, em sua plenitude.
Naquele banco de jardim, sentia-se o cheiro dos dias enamorados, das tardes apaixonadas e das despedidas dos namorados.
Exalava a fragrância da cumplicidade, emanava o perfume do arrebatamentos e do apego, e nunca um adeus, ali se fez sentir.
Naquele banco solitário, o amor, só, nunca se sentira, pois, os amantes e os amados ali se guardavam, e mesmo não o sabendo, a ele, sempre voltavam, nas memórias ou no simples recordar.
E naquela aparente solitude, escondia-se a virtude de um amor, para que amantes e amados, a ele, sempre que assim o quisessem, se devolverem, pudessem.
Naquele banco de jardim o amor escrevia-se de mãos dadas, nos beijos e abraços trocados, e as recordações para sempre ficavam guardadas.
Pois nele banco de jardim sempre haverá um lugar para aqueles que ao amor se entregarem.
E mesmo se ele vazio parecer, lembrem-se, o amor que ali acontecer, jamais dele poderá desvanecer,
Nele sempre se encontrará algo, para se recordar ou viver.