O que é a vida se não um pedaço de folha solta, branca e frágil a espera de ser preenchida e colorida com os mais puros e belos sentimentos e actos de amor.
O que é a vida se não o acordar dos dias que repetidamente servem para nos relembrar o quanto felizes devíamos ser pelo simples facto de só assim ser.
O que é a vida se não um momento de inspiração ávida de ser partilhada para que vida se vive e se dê a viver.
Viver é o acto de poesia onde as expressões se sobressaem as palavras, os suspiros substituem as pontuações, onde sorrisos e abraços repetidos até a exaustão são a melhor forma de rimar com aqueles que amamos de paixão.
Viver é a benesse que a cada um de nós foi dado, para que nela poeta sejamos independentemente da nossa forma de expressar, e assim o seremos sempre, se ao encara la, lhe dermos o melhor de nós mesmos.
Ser poeta da vida é olhar para um céu azul ou cinzento da mesma forma, e saber que existe uma razão para ele assim estar, e nada lhe retira a sua beleza, é aceitar as agruras, as tristezas e os azares, e seguir em frente para que delas poemas se façam, onde neles, talvez nem sejam lembrados, e se o forem, um final feliz por certo lhes serão dados.
Ser se vida e poesia é aceitar o destino e nunca dele em demasia nos desviar, pois ela vida que se irá escrever, da nossa poética forma de estar para com ele irá depender, é o esperar tudo, de algo que nos poderá inspirar sem nunca dele esperar demasiado, e deixar que isso que nos possa desmotivar, é a harmonia nem sempre fácil de encontrar entre a poesia, o destino e a vida, mas se tal o poeta o faz pelo poema, faz sentido o fazermos pela vida.
Viver talvez “até seja um acto de coragem”, mas do que vale ter coragem se a ela vida, poesia não iremos dar
Foi pelas formas do teu corpo que tentei desenhar um mapa que me levasse até a felicidade, e nunca eu sequer imaginária que tão fácil nele encontra la seria.
Pelo deslizar dos meus dedos um sem fim de caminhos por ele me foram propostos, e foi dessa forma que elas formas de ele corpo teu, a ela, feliz forma de estar, me levaram.
Cada beijo nele dado, nas coordenadas da felicidade se transformaram, para que assim eles, os meus lábios sempre que assim o precisassem, a ti e a ela conseguissem retornar.
Deixando cada acariciar desse meu desejar do teu corpo, mapear cada recanto seu, para que sempre que nele me perdesse, encontrar me, eu pudesse.
Para que cada momento do conjugar do meu corpo no teu, se tornasse uma saudade descrita bem no fundo da alma, que me permitisse sempre que assim o desejasse, lá voltar.
E a cada descoberta dele e de ti, os meus olhos puderam testemunhar o quanto a felicidade em ti se conseguia espelhar, refletindo se nele meu olhar, esse brilho tão característico da tua pele, onde ele meu mapa de felicidade ousou se desvendar.
E hoje sei de cor cada canto e recanto teu, como se cada pedaço de mim em ti ali me tivessem sido revelados, escrevendo em mim um roteiro de felicidade que antes eu não sequer. soubera onde encontrar.
Foi pelas formas do teu corpo que se desenhou a minha felicidade.
O dia acordara cinzento, e não era só de nuvens de cor cinza que o céu em tons entristecidos se pintava, mesmo que miudinha, a chuva teimava dele cair e a sua transparência, margem para duvidas não deixava para quem ele céu olhava, pois, seus tons escuros nas suas gotas brilhantes ainda mais se salientavam.
Mas ele amor acordara sem mínima vontade de ao tempo que lá fora fazia agradar, abriu gavetas e armários, espalhou roupas e agasalhos, boinas, chapéus e bonés, e decidiu que hoje se iria vestir de felicidade, trajar se de bem-estar, enroupar se de entusiasmo, satisfação e contentamento.
O dia fácil não se avizinhava, já a noite não o fora, pois isso de se ser amor nunca foi tarefa simples, e as noites mal dormidas teimavam nele despertar as ânsias, os medos e as incertezas, e o tempo cinzento não era por certo a melhor forma de pintar este novo dia que ainda agora acordara.
Mas ele amor decido estava em tudo contrariar, e de seu espelho fez testemunha nesta escolha de vestes que de felicidade o iriam arroupar, a escolha simples não seria, pois sabemos quanto eles amores são insatisfeitos por natureza, e a esta regra, este amor nunca procurou fugir, e dai veste camisa, troca sapatos, põe cachecol, tira boné e o tempo passa, mas o amor persistente não desistia de vestir a felicidade.
E por entre a inquietude de o tempo poder contrariar, havia algo que o amor sabia, depois da tempestade, a bonança sempre a porta bate, e para ela, vestir se a preceito ele tinha, pois prestes a sair ele estaria, e se ela nem viesse, a felicidade que ele iria vestir, sempre poderia contagiar quem a ele, outro tempo quisesse dar.
Dito isto a escolha de cada peça de roupa que o amor escolheu, não fora mais do que privilegiar o conforto do seu ser para que o seu andar disfarçasse o seu cansaço, o aconchego de uma qualquer malha para que o seu coração não ousasse arrefecer, o abraçar de um agasalho para se proteger de toda e qualquer intempérie e por fim o afagar de uma boina em tons de azul para que na rua o tempo cinzento o reconhecer não pudesse.
E assim o amor se vestiu de felicidade, a sua felicidade, pois é essa que mais importa nos dias em que o céu, o coração ou a alma não se pintam das cores que a gente quer ou gostaria.
“Vestia se de amores para que o dia se pintasse em tons de felicidade”
Nota: Esta ultima frase deste "Vesti a felicidade" foi inspiração para a criaçao de um soneto pela Maria João Brito de Sousa, e assim nasceu o Amor & liberdade , não deixem de visitar e ler