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Cumplice Do Tempo

ser cúmplice é ser parte de algo

Nos teus braços

23.02.23 | cumplicedotempo

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Nos teus braços, nunca foram somente abraços, nem dos teus braços senti tão só amparo, no aperto deles os teus braços, sempre houvera espaço para mais do que o simples enlace de dois corpos em busca de afetos, e nesse entrelaçar a que alguns chamam abraço, sentimos mais do que o conforto, mesmo que dele isso bastasse e mais nele não se procurasse.

Nos teus braços, nunca o tempo ousou apressar se, nem dos teus braços o seu decurso se tenha feito sentir em vão, e se neles o tempo em pedaços se desfazia na volúpia dos abraços, era para que eles se tornassem fragmentos de tempo e que assim pudessem ser enlace que no tempo perdurasse e não tão só abraçar pontual sem tempo nem hora marcada.

Nos teus braços nunca eu me satisfaço, nem deles teus braços sinto alguma vez o embaraço, mesmo que longo seja esse enlace que em forma de abraço a ambos teima em nos juntar, e se neles houver sempre espaço para que os meus neles possam morar, então é neles que o meu tempo em pedaços se irá fragmentar, para que assim nos teus braços nunca seja tão somente abraços.

 

O amor de Valentim & Valentina

13.02.23 | cumplicedotempo

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Valentim nunca escondera o seu amor por Valentina

nem neste, nem em outro qualquer dia

tal como na noite, também não o fazia

nem nesta, nem naquelas em que Valentina ele não via.

 

Por certo, Valentim não primava pela ousadia

parco em palavras, pouco, a Valentina dizia.

Mas com isso, ela não se afligia

pois no seu canto, ela ficava

e para ele Valentim, ela sempre sorria.

 

Valentim & Valentina

ambos o sabiam

que a timidez com sorrisos se vencia

e se as palavras certas

no momento certo não apareciam

uma doce e terna curvatura do rosto

todos os seus problemas resolveriam.

 

E assim ele amor de Valentim e Valentina sobrevivia

mesmo que a ausência de palavras

neste, e nos outros dias persistia.

 

Mas disso, o amor sabia,

que tanto Valentim, como ela Valentina

por mal não o faziam,

pois, suas vidas a mais não permitiam.

 

Ele, marionete que com fios se mexia

ela boneca de trapos que sempre sorria

Talvez impossível parecesse sequer

que amor haveria

 

Mas assim, eles o conseguiam,

Pois neste ou em qualquer outro dia

Uns sorrisos eles sempre tinham

E mais do que isso, eles também não queriam.

fecha os olhos

05.02.23 | cumplicedotempo

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“Fecha os olhos” disse-lhe ela ao ouvido…

E os seus olhos docilmente se cerraram, para que ela agora história, se pudesse contar.

Era uma vez uma amor que na ponta dos dedos se escrevera, sem que para isso fossem preciso se juntarem letras, palavras ou frases. Foi na ponta dos seus dedos que de caricias se ilustrara cada página deste belo conto que de olhos fechados eles iriam vivenciar.

Adivinhando se desde logo pela forma suave como que eles dedos deambulavam pelos seus rostos, quase que tentando serem eles próprios caneta que de aparo redondo e pequeno, pelas suas faces iam contando o desenrolar desta ansiada estória que ela lhe quisera contar, prefácio perfeito neste preliminar que de afagos e afetos se redigia.

Era por entre breves e quase inaudíveis suspiros, que o enlace deste enredo se ia narrando, tímidos sussurros iam pautando a doce cadencia de beijos que ela agora lhe presenteava, como que se aquele aparo redondo em que os seus dedos se tinham transformado procurasse tinta na lubricidade dos seus lábios, sem nunca deixar de que com eles, guia los, eles lábios dele, ao encontro sedento, deles, os seus.

Roteiro mais que perfeito que com beijos ia preenchendo cada parte dos seus corpos, como se estes últimos, as páginas deste livro em branco quisessem ser, para que na ternura de cada beijo dado neles se pudesse selar cada paragrafo dele amor nele descrito.

“Fecha os olhos” disse-lhe ele ao ouvido…

E os seus olhos docilmente se cerrarem…

Era uma vez um amor que de olhos fechados se contara, e reza a história que ele amor os seus não voltou a abrir, para que assim, o seu fim, ele jamais pudesse avistar.