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Cumplice Do Tempo

ser cúmplice é ser parte de algo

Abraçar o Ano Novo

30.12.22 | cumplicedotempo

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Quero abraçar o ano novo, para que nele abraço possa deixar toda e qualquer agrura, os dias menos bons e todos os altos e baixos deste ano findo repleto de estranhas inconsistências, e nesse abraçar feito de esperanças, forças encontrar para que ele novo ano melhoras me traga neste renovar de expectativas.

Pois num abraço há sempre algo que finda e algo que recomeça.

Quero neste abraço de ano novo que as minhas incertezas, os meus dúbios pensares, e todas as minhas dúvidas desvaneçam em seus braços, e que nele entrelaçar de emoções possam renascer novos e velhos sonhos, desejos e vontades adormecidas, quereres tantas vezes esquecidos.  

Pois nele abraço existe sempre algo que desvanece e algo que renasce.

Quero neste abraçar de ano renovado, extinguir a magoa e a tristeza que tantas vezes me assola sem muito bem saber os porquês nem as razões aparentes para que tal aconteça, e que na emoção deste abraço possa reacender a paixão e o amor, e que juntos possamos caminhar numa alegre e prazerosa forma de estar com a vida.

Pois nele abraço tudo se extingue e nele tudo encontramos para um aprazível reacender.

É no conforto de um abraço que a sinceridade decidiu morar, e é neste sincero abraçar que os meus desejos de ano novo quero deixar.

“Num abraço há silêncios que nos enchem a alma, há poesia que se escreve sem tinta, nem papel.”

Esperança

26.12.22 | cumplicedotempo

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Esperança foi o nome que lhe deram, nascera numa estrelada noite de natal lá longe de todo e qualquer reboliço, numa humilde aldeia onde se pintavam as paredes das casas, de sonhos e expectativas, onde as ruas não eram nem largas, nem estreitas, simplesmente levavam ao seu destino quem nelas se aventurava. Em cada canto e esquina encontrava se um jardim e todos eles tinham uma particularidade, possuíam um ancinho, um pequeno saco de sementes e um aguador, para que todos e qualquer um ai pudesse livrar-se de toda e qualquer erva daninha, e nele semear, regar e cuidar, desejos ou vontades em forma de flores e assim embelezar as suas vidas e a de todos os que por ali passavam. Perto de um desses jardim passava um pequeno riacho, de aguas calmas e esverdeadas, dizem que quem nele se atrevesse mergulhar suas tormentas apaziguava e seus medos afugentava, e muitos eram aqueles que a ele recorriam quando novos desafios se avizinhavam e a coragem lhes faltava.

Esperança nascera então nessa estrelada noite de natal e desde logo o brilho dos seus límpidos olhos verdes tornaram esse pequeno ser na estrela maior de toda uma aldeia ansiosa pela sua chegada. Pois nessa aldeia assim era a cada nascimento, uma esperança renovada e ela por mero acaso ou talvez não, o nome também trazia.

Esperança cresceu pintando as paredes não só das casas, mas de todos os que por ela se cruzavam com sonhos e expectativas, aventurou se pelas ruas dessa sua pequena aldeia nunca olhando ao caminho ou a sua duração, mas sempre ao destino a que ela se propusera chegar, e quem dela teve companhia nessas jornadas sabe o quanto gratificante é termos Esperança nas nossas, por vezes longas jornadas que a vida nos presenteia.  

Esperança ao longo dos anos fez questão de cuidar de cada um dos pequenos jardins que pela aldeia se multiplicavam, para que nunca nenhuma flor ou desejo ali plantado desvanecesse, e se não o terá conseguido nunca foi por falta da sua perseverança e bondade, mas talvez porque não basta ter esperança quando se semeia algo, é preciso continuar a cuidar e nunca deixar de acreditar de que algo se irá colher.

Não vos saberei dizer a idade que hoje terá Esperança, mas sei que ela continua vagueando pelas margens daquele pequeno rio e quem com ela ou nele ousa mergulhar enfrenta todo e qualquer desafio.

O natal da saudade

22.12.22 | cumplicedotempo

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Nesse dia de vinte e quatro todos se vestiram de saudade, os rostos, os olhares, os pensares e até mesmo o ambiente envolvente trouxera as cores, os cheiros, os lugares por preencher e tudo aquilo que outrora houvera nesse dia tão especial.

As luzes coloridas davam aos seus rostos um brilho singular, como que relembrando a saudade por eles vestida, que de luz se fazia esse recordar de pessoas ou momentos passados.

Os olhares esses, cruzavam se de forma ténue e tímida como que se unindo numa só saudade partilhada, e dessa encruzilhada dos sentidos sobressaiam os sorrisos de quem da mesma forma essa saudade vivia.

Os pensares divagavam por entre e a volta da mesa repleta de cores e cheiros, onde em cada um existia um pedaço de tempo ido que jamais fora esquecido, e assim preenchiam cada lugar vazio com as mais belas recordações de momentos ou pessoas passadas.

O ambiente envolvente mesmo que repleto de melancolia resplandecia com as cores deles rostos que de luz se encheram nesse recordar de vésperas passadas.

A troca de olhares que em sorrisos se tornara, dava agora asas a partilha dessa mesma saudade que os unira, em forma de risos e histórias que sempre marcaram esse dia de vinte e quatro, dando ao ambiente que os envolvia a musicalidade perfeita que aí faltava.

E nos lugares que agora se preenchiam em cada um dos seus pensares, festejavam também todos aqueles de uma forma ou de outra partiram, unindo se a este dia tão especial onde todos serão sempre recordados.

Nesse dia de vinte e quatro todos se vestiram de saudade, para que o natal não fosse tao somente tempo de dar e receber, mas também de recordar, e assim, mesmo nas ausências daqueles que partiram se pudesse viver todos aqueles momentos e pessoas que tantos nos deram e tocaram ao longo de outras vésperas.

Histórias de amor

19.12.22 | cumplicedotempo

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Pelas linhas dos seus corpos escreveram se as mais belas histórias de amor e no delinear de cada recanto seus, muitas outras ficaram por contar.

Foi nas doces cumplicidades partilhadas que elas histórias se tornaram fábulas, repletas de uma magia que só dois corpos em perfeita sintonia poderiam narrar.

Foi na delicadeza das caricias trocadas, que de forma subtil cada enredo ganhou vida como que dando asas ao seu apaixonado autor, para o que neste conto de amores se viria a descrever.

Foi na leveza de cada suspiro dado, que os silêncios se fizeram ouvir como que pautando esta enamorada narrativa de dois corpos sedentos desta quietude alcançada.

Foi no suster dos seus fôlegos que nascia a ânsia de cada beijo, suspenses momentâneos dignos de serem retratados nos mais belos romances de tão únicos e quase indiscritíveis que eram, como que deixando espaço a reticencias nas entrelinhas desse sublime beijar de almas, para que cada um e cada qual as pudesse preencher ao seu belo prazer.

Foi nesse entregar de almas em que muitas histórias ficaram por contar, que ele amor foi autor e que eles corpos a ele se sublimaram para que nada ficasse por desvendar, mas como em todas as mais belas historias de amor, muito ainda ficou por escrever, pois ele amor escreve se no tempo de quem ousa a ele entregar as paginas brancas do seu destino.

A cor de um sorriso

15.12.22 | cumplicedotempo

 

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Nunca os seus olhos, nem os meus, foram azul cor do mar, mas foi nas profundezas deles que desde logo quis mergulhar e deixar me levar, e foi nesse afundar dos meus olhos nos seus que pude entender e vivenciar toda a magia desse seu olhar que nunca fora cor de mar, porto seguro onde o meu olhar simplesmente largou amarras, para que eles os nossos olhos que nunca azuis foram, jamais se voltassem a desencontrar.

Nunca os seus cabelos, nem os meus, se pintaram cor de fogo, mas recordo esse encontrar de luminescências em tons dourados, que ao de leve revelou todo o seus esplendor, como que deixando antever o quanto neles eu iria me perder, pois cada fio deles seus cabelos que nunca de fogo se pintaram, reacendiam a chama que em mim se ateou desde o primeiro encontro deles seus cabelos com os meus, mesmo que de fogo nunca eles foram.

Nunca os seus lábios, nem os meus tiveram uma qualquer cor que eu agora pudesse lhes dar, mas com toda a certeza foi esse magico encontro deles os seus, com os meus, que me deram tudo aquilo que eu jamais poderia imaginar, e se o meu mundo se pinta de muitas e variadas cores, foi porque neles eu pude encontrar a palete colorida com a qual sempre quis pintar os meus sonhos, mesmo que a eles nunca lhes tenha dado um cor que fosse.

E desde esse dia

Tanto o seu sorriso como o meu se pincelou com as cores da felicidade, pois onde houver um sorriso que seja meu e seu, haverá mil e uma formas de colorir o nosso viver, e onde ela, cor dos nossos sorrisos persistir, existira sempre felicidade.

Ontem fui ver ...

11.12.22 | cumplicedotempo

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Ontem fui ver o mar, e fui com esperança de lá chegar e poder o abraçar, mas por lá me perdi tal era a sua imensidão.

Percebi ao me deparar com tamanha imensidade que nunca o meu abraço o poderia contornar ou mesmo confortar.

Então por lá fiquei simplesmente para o admirar e mesmo não podendo em ele mergulhar, senti o seu doce ondular em forma de brisa que teimosamente até mim, ele fazia chegar.

Como que tentando me despertar .

Ontem fui ver o mar, e fui com esperança de lá chegar e poder o abraçar, mas por lá não encontrei os seus braços.

Percebi ao me deparar com tamanha imensidade, que o meu desejo não poderia contornar o seu, e sem o desejo de ambos nada haveria para confortar.

Então por lá fiquei simplesmente para o admirar e mesmo não podendo em ele mergulhar, senti o doce ondular dos abraços dados em forma de saudade que teimosamente até mim chegava.

Como que tentando me despertar.

Ontem fui ver o mar, para a saudade por lá encontrar.