Tons de Cinza
Cinzentos eram os dias, suas roupas, mas nunca o seu sorriso. Cinza era o tom ténue de uma parede onde o seu olhar se perdia, mas deixava de o ser assim que eles, seus olhos a fixavam, tal era a forma como eles reluziam, doce e subtil emanar de cores para quem com a sua alegria conseguia ser comtemplado.
Cinzentos eram os dias, o céu e talvez as gentes em seu redor, mas nunca a sua forma de estar, os seus passos cadenciados iluminavam a calçada, e por onde ela passava a sua postura aliada à sua forma infindável de sorrir, preenchia os rostos de quem no cinzento do dia, de eles, sorrisos se esquecerá.
Cinzentos eram os dias, as ruas e até mesmo as noticias que em sua volta se faziam ouvir, mas nunca o seu riso, sinónimo de boa nova, resvalar de um contentamento contagiante, talvez ofuscante, até mesmo obcecante.
Cinzentos eram os dias, suas roupas, o céu, as gentes, as ruas e tudo… Quase tudo em sua volta e redor, mas nunca ela o seria, porque em tons de cinza nunca se pintará o seu ser.