Em cada toque um novo reencontro, delinear subtil que numa caricia se faz cumprimento e sensitiva saudação, ponto de partida para uma jornada repleta de sensibilidades, deslizar de emoções e sensações que da tão só ponta de um dedo se escrevem, na página de um branco rosto, sedento de nesta história ser sorriso, descerrado na inspiração de um terno afago.
Em cada toque uma nova redescoberta, delimitar ténue de dois corpos que se desvanece neste cortês encontro de ambos, sensível aproximar, advento de uma não ocasional aventura carregada de sentimentos, resvalar de desejos e sonhos, que tão-somente se unem para que na sua junção se desenhem as mais belas ilustrações desta crónica feita de apegos, desvelar de paixões de uma afectuosa forma de amar.
Em cada toque um novo permanecer, restringir perceptível que a cada beijo se sela, inabalável química, ponto de encontro repetido até a exaustão neste caminhar estático para o olhar, mas que se advinha evasivo pela forma intensa com que os seus lábios se tocam, esculpindo nos seus rostos feições que para lá de nos desvendarem o desenrolar desta magia partilhada á perpetuam tamanha é a cumplicidade existente.
Em cada toque um novo entardecer, o momento em que eles, corpos, se rendem nesta mescla de sensibilidades levadas ao extremo, tal o arrebatamento indisfarçável que os une, corolário de uma jornada que a dois se escreveu por entre caricias, apegos e beijos, entrega absoluta neste anoitecer de uma aventura carregada de sentidos, emoções e intensidade, que agora se perpetua de forma escultural nos relevos que os lençóis do leito que os abriga nos sugerem, despedida incólume de quem não planeja ser despertado tal é a magia, a paixão e a harmonia, e que fez com que assim, na inspiração de ambos se escrevessem estas palavras que de um simples "toque" intentaram ser mais uma bela historia de amor.
Foi na linha em que o horizonte se separou do infinito que os meus maiores desejos se perderam, foi nessa fronteira onde o meu olhar se dissipou que a visão perfeita de uma tua silhueta se dissimulou, como que se um véu a cobrisse, foi neste pequeno espaço de tempo entre o ter te nos meu braços e te perder que o meu sorriso se desvaneceu
É onde o meu olhar se perde que a saudade nasce, onde ele se dissimula que ela cresce e onde tudo em mim para além do sorriso se desvanece que ela saudade em mim se embrenha, e é nesta melancólica forma de por ti ansiar que persisto em procurar te para lá daquela linha em que o horizonte se separa da infinidade de recordações e sonhos, mesmo sabendo que eles simples desejos nela se perderam, tal como é nesta fronteira onde ele olhar já não te alcança, que todo os pedaços de tempo por nós vividos se tornam memorias desvendadas num véu agora tela viva de momentos passados, é neste pequeno momento entre ter e não te ter que por vezes me deixo levar pela saudade, para nela me poder reencontrar em ti, nem que este seja só um pensar, uma recordação, uma imagem, uma memoria…
E sempre que atravesso esta linha, é como se as cumplicidades que no tempo partilhamos se redescobrissem umas as outras para juntas se tornarem, não mais passados momentos, mas instantes presentes que me nutrem na tua ausência
Foi para lá dessa linha que nos separa que percebi o significado da palavra “saudade”, e ao atravessa la vezes sem conta entendi, que “cumplicidades” jamais poderão existir sem ti.
…E naquele preciso momento já ninguém ousara, se porventura o fizera antes, duvidar da razão de ser daquela união.
Nesse dia não se fizeram somente juras de amor, não se distribuíram beijos e cumplicidades apenas pela simplicidade do ato em si e não se trocaram sinceros abraços e confidencias unicamente pela singeleza do gesto, todos nesse dia se uniram em torno de um amor revelado, o amor que em cada minuto ele e ela nos fizeram questão de presentear, espelho e reflexo do que na alma lhes ia, e que ele e ela a nós nos ofertaram com uma enorme cumplicidade
Nesse dia ele e ela sem sequer o saber tornaram se poetas para quem nos seus rostos contemplavam tamanha poesia em cada sorriso brindado e que na junção de ambos se transformavam em rimas tamanha a cumplicidade de um e de outro.
Porque existem momentos que por mais belas as palavras possam ser, por mais perfeita que seja a forma poética com a qual as iremos unir, por mais sensitiva a forma de as dizer, por mais que as tentamos reinventar, um tão-somente sorriso sincero partilhado quer por ele, quer por ela, é tão só e unicamente a mais bela forma de o amor se expressar…
…E naquele preciso momento já ninguém ousara, se porventura o fizera antes, duvidar da razão de ser daquela união.