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Cumplice Do Tempo

ser cúmplice é ser parte de algo

Ela

01.02.12 | cumplicedotempo

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Escreveram-se uma infinidade de poemas no seu rosto outrora iluminado, redigiram-se mil e umas histórias de amor em todo o esplendor daquele que até hoje se soube ser o seu ser, repetiram-se um sem fim de finais felizes pelas linhas do seu corpo, agora impávido e sereno…

… Mas naquele dia ninguém ousará a perturbar, refugiada naquela réstia de um olhar outrora iluminado, como que escondendo todo o seu esplendor naquela frágil chávena de café que as suas mãos tremulas delicadamente seguravam, fazendo crer quem por ela passará naqueles instantes, que a mais ínfima perturbação a todo o seu ser, poderia o quebrar em pequenos pedaços, como que se a chávena o tornará a ele próprio ser, porcelana, tal a sua frágil postura.
O esplendor de um antes, seu porte, tornara-se agora na petrificação de todo um corpo esguio rendido a tristeza que o momento anteverá, a plena ausência de movimentos criavam um vazio insustentável em seu redor, a inercia tomara o lugar daquele antes alegre semblante, agora pesaroso vulto, que na sua forma de expressão, nem as sombras dava lugar como que se até ela, fisionomia angelical, da luz se escondera…

… Longa se tornará a espera, esperança vã que se delineava na infinidade daquele pedaço de tempo interminável. Momento ausente, instante apartado onde a poesia de outrora se apagara, como que se as palavras de um até então conto de amor se ausentaram de suas folhas, dando lugar a páginas brancas receosas das histórias que em elas, agora se poderiam escrever, livro em branco, impávido e sereno sem o seu usual final feliz … pois ele final, nunca ninguém ousara o saber … na iminência de nem as recordações felizes de outrora, se poder dela guardar …

A minha cumplicidade para com a fabrica de historias