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Cumplice Do Tempo

ser cúmplice é ser parte de algo

Amor gramatical

29.10.09 | cumplicedotempo

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Amo simplesmente porque amo

Amo porque no amor se adjectiva a minha forma de estar, Amo Enamorado, apaixonado, ciumento, humilde, dócil, expectante.

Amo porque no amor encontro o meu substantivo, concreto no dia-a-dia, abstracto em meus sonhos, comum no que me liga a quem me ama, próprio porque me amo a mim mesmo, colectivo porque amo a todos

Amo pelo simples conjugar do verbo amar, porque eu amo, tu amas, ele ama, nos amamos, vos amais, eles amam

Amo na preposição simples porque amo antes, amo após, amo desde e amo até …

Amo na preposição composta porque amo perto de, longe de e acima de ….

Amo conforme e amo consoante, amo durante e amo mediante

Amo no complemento directo porque amo o amor, e amo no complemento indirecto porque amo-te a ti e amo-os a eles

Amo na concordância do adjectivo, porque o amor é belo, porque amar é delicado, porque é bom amar e ser amado

Amo na interrogação quando me perguntam porque amo e eu sorrio amando

Amo na exclamação porque digo e repito “eu amo!”

Amo simplesmente porque amo e gramaticalmente o confesso

Duas palavras apenas

25.10.09 | cumplicedotempo

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Recordo me ter suavemente despertado num abrir de olhos emocionado aquando me sussurraste apenas e só duas palavras, despedir melancólico em que a lágrima de saudade que dele adeus se fez sentir, timidamente se desvaneceu pelos traços de um sorriso largo, dando lugar a uma expectativa renovada que se conjugava no conjunto das tuas apenas e só duas palavras. Lembro a caminhada que antecedeu este magico momento pelas calçadas dos desejos inalcançáveis que de mãos dadas fizemos no propósito de me mostrares novas rotas e sonhos, não ousei por este caminhar se quer te olhar…não queria desprender meus olhos dessa estrada de prazeres, rumo marcado, que de encontro ao infinito deslindava mil e uma forma de alcançar tão ansiada renovação. Nesta terna harmonia de cumplicidades antes somente promessas, desvendadas me agora a forma de as revelar e viver no balançar dos teu braços que em leme para meus anseios se tornaram. Deixei me levar embriagado em tua envolvente e no preciso momento em que te tento olhar, tua mão se desprendeu docemente da minha para guiar o meu rosto de encontro aos caminhos que ao longo desta jornada que encetamos lado a lado se foram abrindo, e foi nesse instante que me sussurraste ao ouvido “Eu existo”

Despertei então com o tal sorriso largo... Sentido a ainda lágrima de saudade que ternamente se desvanecia no meu rosto

E tremulamente te disse somente e apenas duas palavras “obrigado Esperança”

Rio de Paixão

21.10.09 | cumplicedotempo

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Envolvo me por entre este rio de paixão em ti que me percorre a alma, avassalador leito de prazer que não encontra término no desaguar natural dos meus sentidos, mergulho nesta onda de satisfação onde imperturbavelmente me posso extasiar na confluência dos desejos e ânsias que incansavelmente me assolam e em mim se cruzam por cada momento ao teu lado concebido, neste continuo jorro de emoções sacio esta minha incessante vontade de submergir nos sonhos e vontades que deste rio paixão em ti se fazem afluentes, sigo extasiado nesta corrente de prazer flutuando na sensibilidade retribuída pela beleza e encanto alcançada neste meu devaneio, tento de quando em vez alcançar suas margens para delas admirar a perfeição e limpidez reflectida, que no espelhar de suas aguas me presenteia uma tua silhueta que se desfaz ao sabor da corrente trémula como que me chamando de volta para não perder um único momento que seja deste seu natural curso, e sigo assim impotente perante esta imensidão cristalina que flui em mim para um dia quem sabe emergir em teus braços onde os afluentes deste rio de paixão hoje sonhos e vontades possam alcançar a sua foz e em ti subtilmente poderem desaguar, para que no oceano de todos estes desejos eles então se convergem num amor real e infinito.

Olhar apaixonado

15.10.09 | cumplicedotempo

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Rendido desvaneço perante um apaixonado olhar trocado que perto de mim presenteio.

Da fronteira deste enamorado contemplar vejo o amor fundeado no seu infinito para que a saudade que ele possa emanar jamais se possa alcançar, de brilhos partilhados e por entre carícias dissimuladas ele se faz sol reflectido que se põe somente para se entregar a paixão de cada momento, nas cadencias ternas de o abrir e fechar de olhos em cada beijo neles trocados, desvairam-se intermináveis desejos ancorados nas carências cúmplices, neste abrir de almas que ali e agora se entregam para ele olhar apaixonado, mas no seu enternecimento subtilmente se libertam num valsar cuidado de emoções sentidas a flor de pele, reflectidas elas também no doce arrepiar das mãos que estes rostos suavemente mantém estáticos e presos nesta sua envolvente de olhar repleto de sensibilidade, e é nesta afectuosidade que ele se despede, num sentido e forte abraço que desvia seus rostos num sentido afago, como que se toda a sua envolvente se prendesse agora somente neste encontro de corpos e os olhos se perdessem em horizontes opostos contrariedade que os une agora mais do que outrora.

Desperto neste fecho da fronteira do meu contemplar, pois este amor enamorado nesta troca de olhares encontrou o seu caminho na intimidade, que agora só a eles pertence.

Lençol de seda

07.10.09 | cumplicedotempo

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Tranquilamente deixo o meu corpo se embrenhar neste fresco lençol que me afaga, imperturbavelmente neste ondular de seda carícia em mim, ele corpo se solta e envolve, cumplicidade e abraço se faz este encontro, guiado pela aprazível reciprocidade de cada movimento que por entre ele desliza, embalo melodioso regido pelo natural suspiro que timidamente se escuta…

Em meus olhos antes rendidos a fadiga, se desvanecem agora seus traços estigmatizados, submissos perante esta acalmia que este momento gentilmente me presenteia nesta rendição de mim mesmo para com ele, os meus braços desfalecem embriagados pela sensibilidade arrepiante desta mortalha que me percorre neste resvalar insaciável, união e simbiose reflectidas deixo me absorver nesta aveludada convivência perante a qual o meu estado físico subtilmente cede tamanha a plenitude da sua sedução.

E é nesta continuada magia envolvente que os meus olhos ternamente se vão fechando para de forma delicada atravessarem a fronteira que os separam dos sonhos e neles o lençol de seda em teu corpo se transformar…

caricia improvisada

02.10.09 | cumplicedotempo

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Subtilmente inspirado pela harmonia de uma carícia em teu rosto, improviso um tímido ondular de harpa feito desejo que de mim emana, para na sensibilidade deste sentido adágio em ti se envolver, deambulo pelos traços marcados das tuas faces, pautas que nele marcam o ritmo do teu viver e solto em cada, o alento suave da esperança em afagos, nesses sinais que o fado do tempo teimou em perpetuar em tais divinas feições. São extemporâneos afectos que agora se libertam neste andante dos meus dedos como que marcando o compasso de uma terna sinfonia em que embrenhados nesse divino contacto seguem o ritmo orquestrado por cada tua pulsação, rego-me nesta melodia de prazer onde quero ser também a cadencia das tuas vontades e ensejos, e nesta sonata de sensibilidades sentir em cada teu suspiro a nota musical que se alterna na consonância das emoções, serenata de acalentos infinitos inspirados pela balada harmoniosa dos meus desejos, improviso que nesta simples carícia em teu rosto se tornou refrão do meu querer para jamais.