Quem desde sempre partilhou os meus medos, os meus anseios, os meus primeiros passos, os meus tímidos sorrisos, as minhas revoltas, o meu orgulho! A minha mãe, mãe no dia-a-dia, mãe na noite fria, mãe no melhor momento, mãe no pior tormento, sempre mãe! Mãe que me segurou ao cair e que por mim nunca haveria de desistir! Mãe que me ama e sempre há de amar, seja na fama ou no azar! Mãe que me cuida, me protege e que me guia e por mim se agonia! Mãe sorriso enternecedor, mãe que nos dias que teimam em passar não consegue envelhecer, tendo para mim aquele ar jovial que lembro desde sempre e que com ele soube a cada dia me presentear! Voz autoritária, sinonimo de respeito, lágrima camuflada, escondendo fraquezas, sorriso para cada medo que me invade, abraço seguro no meu maior pesadelo... Sempre foi a minha mãe! Pedaço de lenço, limpando o meu suor nas noites invadidas pela doença, libertando-me o calor do seu amor, esperança de cura nesta sua singela e sincera forma de me amparar! Mãe ontem, mãe hoje e na eternidade. Mãe, tão pobre esta palavra de somente três letras quando falamos de alguém que nos traz uma riqueza interior infinita! A minha mãe esta simbólica homenagem, pedaço de mim mesmo nascido do seu ser, sou semente e sou fruto, mas somente o sou pois da sua raiz emanei e ela foi a flor que no ramo da vida em alguém me transformou! hoje espremo o meu sumo seja sangue, suor ou lágrima, para orgulhosamente lhe dar o néctar da felicidade e realização, erro e acerto, mas sei que a ela tudo devo e por ela tudo farei! A minha mãe.
Na incessante esperança de encontrar o seu ser nem que seja por um breve momento, tento suavemente afastar este véu de infinito que separa este meu desassossego na fronteira dos sentidos, quero nem que seja ao de leve tocar-lhe e com a ponta dos meus dedos, deslizar pelos traços que no seu rosto definem um sorriso terno e acolhedor, neles seguir este rumo sinonimo de jubilo para no desencontro dos meus dedos que por ele rosto se espalhem, minha mão se abrir e poder assim sentir a sua amplitude e deixar me envolver nas suas feições… Afagar uma qualquer lágrima que nos contornos dos seus olhos possa surgir, humedecer minha pele no florear dos seus lábios repletos de um orvalho que em cada suspirar seu se condensa, ânsia de um sentido amanhecer que só o encontro de sensibilidades pode alguma vez despertar, nesta cumplicidade que a fronteira dos meus sentidos separa, envolvo me secretamente sempre que os meus olhos fecho, sonhando com este amanhecer apartado por este véu de infinito, e no reabrir dos mesmos afasto me sempre da mesma forma deste pequeno pedaço de tempo com os dedos ainda trémulos que suavemente encerram esta cortina de desejos, no intuito de nesta envolvente meu sonho se manter intacto e imaculado, ele que ainda hoje se alimenta da mesma esperança...
Pois jamais nesse curto espaço de tempo terá existido uma despedida nesse cúmplice amanhecer, ficando no ar um sempre emocionado ate breve no momento de partir na promessa iminente de um dia o nome deste rosto também nele ser revelado, este que é meu ainda tímido desassossego que incessante me faz fechar os olhos e sonhar…
No Outono dos meus pensares caiem as folhas, desejos que outrora verdejantes foram fólios da arvore do meu ser, não se desvanecem para jamais, seguem o natural ciclo da vida e dos tempos, para nele reciclarem suas cores e vontades… No inverno dos meus pensares as vontades recicladas acalentam a minha existência numa breve introspecção por mim mesmo, desejos e anseios de sempre que agora hibernam no mais profundo recanto de mim mesmo, amparando os sonhos das intempéries da vida neste natural ciclo do tempo… Na primavera dos meus pensares desabrocham agora novos e antigos desejos, movidos pelas vontades renovadas que de mim espalham luz e cor vindas das profundezas onde outrora hibernavam meus quereres, juntando-se harmoniosamente as sementes dispersas pelos meus sonhos que agora eclodem neste novo ciclo sinonimo de vida, despertar natural do tempo… No verão dos meus pensares retiro os frutos dos desejos que libertam em suas cascas os anseios, recolho dos meus sonhos alimentados realidades e prazeres, e nas minhas vontades amadurecidas encontro o equilíbrio necessário para enfrentar uma vez mais este ciclos ininterruptos e naturais da vida e dos tempos
Pelas quatro estações de mim mesmo renovo, resguardo, paro e penso, semeio, alimento e colho, para que neste ciclo de vida e de tempo eu encontre a harmonia do meu ser.
Com um pequeno lápis de cera e aguarelas tento retratar a timidez fugaz que me apossa o rosto aquando de um sorriso trocado, mas tão retraídos e efémeros os traços do meu rosto são, que a cera ao se espalhar pelo papel da lhe novas feições tornando-o um sorriso aberto e convicto que de forma vincada se abre, com um fino pincel e aguarelas de varias tonalidades e cores, tento então delinear suas formas características e genuínas, para nelas se salientarem este meu sorriso acanhado, mas em tão límpida expressão as cores que nele vão brilhando tornam-no num sorriso vivo e alegre que num arco-íris de emoções se desflora… Entendo então que o tímido sorriso já ele é folha branca de papel, e na partilha da cera que nele sua expressão desenha encontra o seu despertar, nesse renascer, o conjugar das cores que nele se espalham encontram ai a sua vivacidade e alegria
“Quando me sinto folha branca de papel, faço dos sorrisos que comigo se cruzam lápis de cera e aguarelas, e com eles se desenham os traços do meu rosto dando-lhe uma expressão aberta que nessa aguarela de cores encontra sua forma de viver”
Abri a palma da minha mão e suavemente dela lancei um beijo repleto de ternura, na envolvência de uma serena brisa fruto de um suspiro de saudade que em mim nasceu, o doce beijo soltou suas asas para partir ao encontro das nuvens de algodão que no céu se desprendiam, flocos de um branco imaculado espelho de uma pureza cândida, sinónimos de um amor genuíno que inocentemente sobrevoa a esperança para um dia ser encontrado.
E aí o beijo fechou suas asas para se tornar carícia, afagando cada pedaço de tempo que teima em se alongar por cada minuto que passa, como que amaciando a dor inerente da distância que separa o encontro deste beijo lançado na saudade, agora carícia de esperança da tão ansiada cumplicidade...
No acalentar dos meus pensares a carícia fez se palavras por instantes para com elas me relembrar este seu jornadear de saudade, mas depressa para o céu regressou porque ela, esperança na carícia sabe que um dia voltara a ser beijo terno devolvido, e que ele suavemente vira a minha mão para então na envolvência de um momento cúmplice, ela se fechar e selar definitivamente a saudade.
"Chamaram-lhe a princesa dos sentidos embora a sua beleza nunca tenha tido um rosto que se pudesse admirar, os traços do seu corpo nunca tenham sido delineados nem ao de leve tocados nem a sua voz tenha sido ouvida se quer um suspiro escutado
Chamaram lhe princesa pois veio ao mundo para reinar na beleza interior de cada um de nos, exprimindo se em cada sorriso sincero que damos ao longo da vida, viaja pela ínfima fronteira que separa o delinear dos nossos corpos com a sensação única e arrepiante das carícias que neles vamos sentindo e perpétua sua melodia em cada nosso suspiro de contentamento, eco da satisfação que em nos vigora sempre que ela ao de leve nos clama seu reinado no nosso coração
Chamaram lhe princesa dos sentidos, e nós homens e mulheres na harmonia da sua epopeia ainda hoje encontramos o conforto no equilíbrio perfeito que ela nos presenteia entre o simples sentir e o viver de cada sentimento
A “sensibilidade” este tributo, para que o seu reinado jamais tenha fim"
Ps : com este texto parte das minhas epopeias fui o feliz e agradecido vencedor do desafio em cadeia ,ao qual e após justamente o vencer a minha querida amiga Tigerkaty soube e muito bem dar continuidade , este desafio foi iniciado aqui pela sonhandoaosquarenta , e espero agora ser mais um elo que dara a esta corrente a vivavicidade merecida para que jamais se quebre , aguardarei agora ansiosamente pelo premio "A Árvore dos Segredos” de Santa Montefiore." e depois de me perder na sua leitura darei então seguimento ao desafio e a sua terceira ronda
No seguimento de um doce presente da "My hiding place", esta e a minha forma de seguir esta corrente de amizade
"Cuidando de mim e da minha paixão pela descoberta da inspiração que me rodeia, fico nem que seja “just moments” a olhar para o céu e divago na leitura apaixonante dos cadernos indiscretos que encontro em cada doce refugio que se me depara harmoniosamente embelezados pelo pacifico azul do céu, tal perco minutos e horas contemplando o desabrochar de cada doce margarida, que no seu lugar escondido perpetua sua beleza em sintonia com o virtuosismo da açucena, e neste desenrolar de palavras sentado na esplanada do meu vicio, a minha forma singela de agradecer a todos as suas cumplicidades para comigo "
Ps : basta clicarem nos sombreados e encontrarão os meus cumplices nomeados