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Cumplice Do Tempo

ser cúmplice é ser parte de algo

Vale dos sonhos

30.08.09 | cumplicedotempo

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No suave deambular da minha alma soltei me e nela me deixei levar, guiado pela esperança de encontrar o vale onde os “sonhos” emanam e se traçam, vagueei por entre o crescendo dos meus desejos que em mim insistentes irrompem a cada instante e ai encontrei suas raízes feitas dos suspiros que dei por cada pedaço de tempo ansiado, flutuei perante este jardim repleto de sentimentos ávidos de eclodirem em mim e neles contemplei a seiva que os iria alimentar numa sentida harmonia, planei ao sabor da brisa aprazível que se fazia sentir, véu delicado soprado pela sensibilidade dando ao jardim o perfeito clima e equilíbrio para que os sonhos nele prosperassem, flutuei pelos riachos de paixão afluentes de um rio chamado amor que no vale irrigavam cada sonho para que na sua corrente movidos pelas suas vontades e quereres eles pudessem um dia desaguar no vale da realidade, neste suave deambular percebi que cada sonho se traça de uma forma natural movidos pelos desejos e sentimentos que em cada um de nos brota a cada instante, e conclui que o rio chamado amor tem a sua nascente num lugar chamado coração ao qual nunca devemos impor barragens para ao seus afluentes poder chegar, no véu da sensibilidade agora me despeço deste vale sem nunca lhe dizer adeus mas sim um até sempre na certeza que valera sempre a pena sonhar… 

 

Arte de viver

24.08.09 | cumplicedotempo

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A arte de viver em cada um de nós….

E sermos escritores em cada dia que passa, neste livro em branco sedento de letras, palavras e frases e preenche-la de prosa, poesia, romance e ate mesmo ficção, nele exprimir o nosso amor, a nossa ambição, os nosso desejos, os nossos sonhos, fazer de cada palavra um suspiro, de cada frase um desabafo para que quem o ler reveja o resumo de nós mesmos no conjunto das suas paginas…

E sermos pintores e fazer da vida uma tela, que vazia e crua se enche suavemente com pinceladas de paixão, se retoca por cada afecto sentido e que de uma palete de mil cores se torne espelho do nosso mais intimo olhar que do fundo de nos mesmos espreita timidamente…

E sermos escultores, e nesta nossa vida esculpir cada momento passado com sinceridade, cinzelar as tormentas e as magoas que na nossa alma possam surgir e poli-las de auto estima e esperança

E sermos compositores, e fazer da vida uma ária, eco dos nossos mais íntimos desejos, melodia das nossas virtudes, orquestrada por cada passo dado, para na sua pauta quem nos rodear sentir a musica em forma de vida que em nos puramente nasce

A arte de viver, dependera de cada acto nosso, sabendo de antemão que a vida possa ser uma obra imperfeita onde haverá rascunhos, nódoas, erros e mesmo desistências…

Nunca procuremos a perfeição em demasia, pelo contrário, não tenhamos medo de lhe riscar palavras ditas e acrescentar-lhe outras por dizer, dar lhe aqui e ali retoques com novas cores reciclando amores e afectos, de esboçar sorrisos nas modelações do nosso rosto, espelho de nós mesmos e no refrão da rotina que tanto nos perturba acrescentar-lhe notas soltas e alegres

Assim seremos sempre artesões da nossa vida, e o reflexo da nossa atitude perante a mesma, a obra de arte de cada dia passado!

Ser-se principe..

21.08.09 | cumplicedotempo

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Não quero ser príncipe encantado nem me rever nas vestes de um príncipe perfeito, esse príncipe cavalga sem as magoas do tempo como se a sua estrada começasse de um nada, idealizado numa fantasia nascida pela necessidade de esquecer um passado recente, ultrapassa as intempéries sem os sinais do vento no seu rosto demasiado perfeito em confronto com as leis da natureza que a todos nos envelhecem, transpõe as vicissitudes da vida sem nunca sentir a alma dorida como se a sua volta nada existisse, alma cega perante realidades que não se podem renegar, enamora e ama sem nunca seu coração partir, vive para alem dos seus desejos próprios, pois no encanto de quem o vê e anseia, se escreve a sua existência, é sonho de quem o fantasiou e por esses sonhos ele se rege, nunca pelos seus

Quero ser príncipe de encantos e me rever nas minhas qualidades e defeitos, cavalgar com as magoas e alegrias do tempo em uma estrada que comece em mim mesmo, concebida na realidade do meu dia-a-dia sem nunca esquecer o meu passado mas dele retirar ilações, só com elas ultrapassarei as tempestades, enfrentarei os sinais que no tempo marcam os nossos rostos e assim lutarei ate envelhecer, darei a minha alma a amplitude de tudo o que a rodeia sem nunca repudiar as adversidades daqueles que amo e que em minha volta existem, talvez meu coração se parta nesta minha forma de amar, mas esta será a minha forma de viver os meus desejos, este será o encanto de eu me sentir bem perante quem para mim olhar, só assim poderei guiar os meus sonhos ao encontro de quem desta minha forma de ser se rever

Se a vida fosse um dia

19.08.09 | cumplicedotempo

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Se a vida fosse um dia queria nascer no amanhecer do teu rosto, emanar em ti a frescura de uma brisa matinal disfarçada num doce beijo, ser o reflexo de um tímido raio de sol para poder iluminar o teu primeiro olhar e nele despertar um sorriso cintilante, ser nuvem e suavemente planar pelas linhas que definem o teu corpo tal uma carícia continuada e absorvida pela descoberta de cada pequeno pedaço teu, no entardecer do dia ser agora gota de chuva para na tua pele deslizar e assim no cair da noite serenamente poder deixar-me envolver em teus lábios… Na esperança de um leve suspirar teu me levar ao aconchego do teu coração e no esplendor do seu brilho interior ser o luar que o completa, e como ultimo desejo partir na lágrima da saudade vertida pelos teus olhos que na noite inocentemente se iriam fechar! 

Olhava o infinito

16.08.09 | cumplicedotempo

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“Olhava o infinito. O mar não acabava e o vento murmurava... o meu pensamento estava em ti... o infinito era a paixão... o mar a tua presença e o vento e a tua voz… saudade!”

Leio e releio este poema que escrevi a tantos anos, e relembro com clareza o sítio, o momento e o porque!

E olhando hoje para ele relembro e sinto o porque das minhas palavras. Olhava o infinito sim, a minha incessante procura da beleza escondida naquele horizonte onde o sol se põe, procurava para alem do véu que a nossa visão nos da, não nos deixando se quer espreitar para lá do mesmo.

Naquele mar presenciava a imensidão de tudo o que eu tinha tanta vontade de sentir, como uma onda que me arrastava, por vezes calma, por vezes tão forte, como eu queria mergulhar naquele dia e amar esse oceano de desejos.

O vento esse, batia me no rosto com uma suavidade tal, que sentia o sussurrar de uma voz doce e melancólica como que me chamando, abraçando as palavras que nesse preciso momento escrevia, deixei me envolver e perdi me no pensamento dessa suave melodia chamada “amor”

A paixão que eu sentia era verdadeira, não havia nela defeitos, nem qualidades, de tanta harmonia que me presenteava, a sua presença era iluminada pelo brilho do luar neste vasto mar que se me deparava, a sua voz de tal modo me embalou que fiquei ali, com uma saudade que ate então desconhecia.

Leio e releio este poema, e relembro com clareza o sitio, o momento e o porque! Este “amor” não tinha rosto, nem voz, nem olhar, nem alma, mas no meu ser algo já me dizia que existia, e ao deixar me levar pelo momento senti-o tão perto de mim…

Leio e releio este poema e agora sei que este e o sítio onde eu o quero escrever. Pois ele terá um momento para o leres, e será esse o porque do infinito me ter dado a inspiração ao escreve-lo...

Leio e releio este poema e espero que todos vocês o façam, e talvez também aqui encontrem o vosso infinito!

Abraçar o mundo

14.08.09 | cumplicedotempo

Porque hoje me apetecia abraçar o mundo, não abri os braços…

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Porque hoje me apetecia beijar a vida, não mexi os lábios…

Porque hoje me apetecia tocar o céu, não apontei se quer um dedo…

Porque hoje me apetecia ver um anjo, não fechei os olhos…

Porque hoje na vontade de abraçar o mundo, satisfez-me a tua presença

Porque hoje para beijar a vida, simplesmente deixei me envolver em ti

Porque hoje para tocar no céu, bastou-me suavemente acariciar-te

Porque hoje apeteceu me ver um anjo… E tu estavas aqui

“dedicado ao meu sobrinho”

 

sorriso esculpido

09.08.09 | cumplicedotempo

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Com um ligeiro corte de cutelo esculpi um rosto inacabado num pedaço de madeira de cor sombria, reflexos do tempo e dos tempos que por ele passaram, uma envergonhada expressão facial nascia, com outro leve corte dei vida a um tímido sorriso neste delicado pedaço de madeira, onde a tristeza da sua cor sombria se confundia agora na acanhada expressão dada a este rosto inacabado

Com uma pequena lima, poli as faces deste rosto inacabado, dando vida as franzinas linhas que desmarcavam cada traço que envolviam o tímido sorriso, desvanecendo a sombria cor sinonima de tristeza que assolava este pequeno pedaço de madeira acanhado na sua expressão envergonhada

Com um fino pincel embebido em verniz, de cores vivas e alternadas dei tonalidades a cada pormenor do tímido rosto, presenteando-o agora com um sorriso renascido e luminoso, os traços das suas franzinas linhas matizadas eram agora estradas que a cada recanto do rosto se cruzavam dando lhe feições alegres, vida neste pequeno pedaço de madeira outrora de cor sombria

Com um pequeno pedaço de mim esculpi um sorriso, hoje num pequeno pedaço de madeira, amanhã talvez num pequeno pedaço de ti …

Coração de papel

07.08.09 | cumplicedotempo

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Num pequeno pedaço de papel escrevi um sem fim de palavras, todas reflexo de como me sinto hoje

Dobrei o papel em quatro partes iguais, e ao desdobra-lo pintei cada parte de uma cor diferente

Peguei numa tesoura e cortei um a um cada quadrado colorido com um sem fim de palavras

Tinha agora quatro pequenos pedaços de papel coloridos dobrados em quatro com um sem fim de palavras

No de cor azul escrevi “saudade” , no de cor verde “esperança” , no amarelo “paixão” e no vermelho “amor”

Com um pedaço de fita voltei a juntar os 4 pequenos pedaços e li o sem fim de palavras que estavam escritas

No azul saudade lia se “melancolia” repetido como um sentimento sem fim

No verde esperança lia se “desejo” também ele reescrito até a exaustão

No amarelo paixão lia se “ardor” e no vermelho do amor só se conseguia ler “bem-querer”

Tinha lá um nome escrito, mas as dobras do papel e a cor viva com que foi pintado apagaram-no

Neste pequeno coração de papel senti um sem fim de emoções, todos eles reflexo de como os meus dias foram escritos

Mas ao desdobra-lo e após dar lhe cor, só encontrei a saudade, o desejo e a paixão, o amor esse já nem nome tinha…

Retrospectiva

04.08.09 | cumplicedotempo

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Por cada passo que eu dei, por cada decisão que eu tomei, por cada acto, cada palavra, por cada momento, por tudo e por nada!

Penso e choro, relembro e sorrio!

Serei ainda muito novo para fazer uma retrospectiva sobre a minha felicidade, um balanço seria prematuro, mas paro um pouco, e tento recordar cada fase de mim mesmo, o evoluir da minha personalidade, tantos pormenores que se tornaram banais, antes indispensáveis, tantos sonhos cumpridos e por cumprir, tantas vitórias e infelizes desistências, tanta luta sem nunca ter ido se quer a uma guerra!

As mudanças que me tornaram hoje aquilo que eu sou.

Paro agora de escrever, e olho-me ao espelho, nostalgia na lágrima da recordação, alegria no meu rosto presente, e saudades de um futuro que ainda ai vem!

Terei eu hoje mais pressa de viver daquela que eu tinha ontem, talvez… Noção de momentos perdidos, de horas mal empregues, de pedaços de tempo que nem hora tiveram!

Olho em minha volta, e sinto me privilegiado, não por aquilo que possuo, nem pelo que não tenho, mas sim por me sentir eu próprio, feliz, realizado, com vontade e força para lutar por muito mais do que aquilo que eu consegui até hoje!

Posso parar de pensar no passado, e deste presente fazer o meu futuro, pois esta bem a minha frente, como alias sempre esteve, tenho e que o saber encarar de forma sensata e comedida, como o fiz até hoje!

A felicidade e um bem precioso, mas é palavra que não acaba no conjunto das suas dez letras, e um ciclo que se renova e cresce, temos è que o saber reciclar e alimentar, e pela minha felicidade e daqueles que eu amo, jamais esquecerei faze-lo!

Epopeias Parte I

02.08.09 | cumplicedotempo

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Perdida pela terra de ninguém, fez se a estrada, galgou cercas, saltou precipícios, escalou montanhas…

De atitude firme e convicta estendeu os braços a quem pela estrada encontrava e se sentiam desamparados, repartindo carinho e ternura, derrubou cercas distribuindo esperança a todos aqueles que tinham desistido de sonhar perante os obstáculo da vida, demonstrou e ensinou a sua coragem ao ultrapassar os abismos que tanto assolavam as mentes de quem ela foi encontrando deixando-lhes destemor e audácia, escalou as montanhas de duvidas que em todos persistiam movendo uma fé inabalável em cada um, convicção e certeza que só ela saberia dar, e pela sua epopeia ela ficou guardada no coração de todos, pelos seus atos grandiosos ou mesmo pelo seus mais simples gestos, tornando-se ainda hoje um símbolo único de amor ao próximo.

Soube se mais tarde, que ela voltou a descer a montanha, saltar o precipício, galgar a cerca e fazer-se a estrada, para aí se encontrar em pedaços de cada um de nós.

A "amizade" o meu tributo para que ela jamais se volte a perder.