Triste e abatido, deslizo perante a incerteza do meu ser
Sem forças e sem entusiasmo sigo esta longa estrada que se me depara, na procura de o porque de assim me sentir, caminho perplexo e sem rumo
Subitamente deparo-me com a angústia e pergunto-lhe:
Angústia porque me agonias?” Ao que ela gentilmente me responde: “segue o teu caminho e encontraras a tua resposta, esta em ti, eu sou e serei sempre um mero reflexo do caminho que escolheres”
Sigo o meu caminho ao que a dor se cruza comigo, ávido de respostas pergunto lhe:
“Dor, quanto mais tempo este meu sofrimento?” educada responde-me: “a tua caminhada ainda agora se iniciou, mas lembra-te podemos sempre voltar atrás nos caminhos que escolhemos, a resposta nem sempre e a cura dos nossos sofrimentos, mas sim o porque"
Parei por minutos, e continuei a minha caminhada, mais adiante estava a dúvida, sem me deixar sequer falar disse me:
“Sou a duvida, e por mais caminhos que percorras aqui estarei, não para te assombrar ou confundir, mas para te lembrar, que as respostas que procuras nascem de mim mesmo, e em ti se desfazem, sem a duvida nunca tentarias obter sequer resposta, por isso segue o teu caminho e não deixes que eu te perturbe”
Cansado e sem a resposta que tanto procurava por assim me sentir, sento-me na beira deste longo e sinuoso caminho
Pelas paredes de mim mesmo escorriam lágrimas, todas aquelas que chorei pelas dúvidas, pela dor, pela angústia que me levou a fazer este caminho, teria sido um minuto, uma hora ou mesmo um eternidade, já não me recordo
Lembro me sim do arco-íris que surgiu após a chuva de lágrimas, sorri e decidi fazer o caminho de volta, teria encontrado a resposta?
Agora quase correndo no caminho de volta, o meu espanto ao chegar onde estava a dúvida e encontro um vulto quase gémeo que sem me deixar falar se quer me diz:
“Não me perguntes pela dúvida, nem a procuras, ela ira-te encontrar em cada novo caminho que faças, tal me encontraras a mim a “certeza” sempre que encontrares as respostas da tua jornada”
Continuei eufórico com a certeza guardada em mim, e ali estava mais a frente no sítio onde encontrei a dor o ”amor”
Sorriu-me e perguntou-me “encontraste o porque de eu me ter transformado em dor?”
Timidamente devolvi o sorriso sem se quer responder, e continuei correndo
A angústia já não estava como e óbvio, tinha dado lugar a alegria espelho de tudo o que rodeava o meu caminho
Alcancei a porta de mim mesmo, onde tudo tinha começado, e a resposta estava ali mesmo onde sempre estivera
Chora e volta a chorar, se assim precisares, a dúvida, a dor e a angústia irão se desfazer em cada lágrima que verteres, e este e talvez o melhor caminho que podes seguir para que o amor que a em ti possa de novo despertar, a alegria voltar ao teu rosto, e o espelho do teu sorriso ser a certeza que voltaste de novo a encontrares te.
As palavras ao sabor do vento, esta mistura de emoções que na alma se escrevem e nas folhas se transcrevem, as palavras que no seu todo nos expõem os mais variados significados, as vezes sentidos, outras sem nexo.
As palavras que repetidamente usamos, sem nunca lhes dar mos o mesmo ênfase, a mesma cor ou nem mesmo a sua verdadeira origem de ser...
Dizia Florbela Espanca e muito bem "tão pobres somos que as mesmas palavras nos servem para dizer a verdade e a mentira" As palavras, este meio que nos temos de nos poder afirmar em breves trechos, talvez para fazer sorrir, quem sabe chorar...
A tal mistura de emoções que estas letras se misturadas não nos transcrevem, mas que os olhos ao lerem-nas nos transmite para o nosso ser um sentido, muitas vezes um arrepio, outras vezes uma magoa...
As palavras que sem a nossa alma, sem o nosso crer jamais existiriam, então porque esta vontade insaciável de escrever e voltar a escrever! Ouço muita gente dizer "queria ter jeito para assim escrever".
Pois cada um escreve a sua maneira, e todos o podem fazer se com alma. Como quem não tem jeito para escrever, outros não tem sensibilidade para ler.
Mas as palavras estão em cada um, tal estão as emoções, as vontades, os quereres…
Façamos das palavras o meio de nos aproximar mos, e o vento das emoções, será a brisa de quem as ler... As palavras a minha homenagem, este meio que me afirma e me faz viver
Hoje pela manhã fui ao banco depositar toda a esperança que tinha, aproveitei e vi a oscilação das minhas ações do dia-a-dia, os títulos guardados no cofre ali estavam intactos… título de bom amigo, companheiro, confidente etc. Ofereceram me uma dúzia de investimentos, abri o meu coração e tudo pus a disposição, amor para aqueles que me rodeiam, sorrisos para aqueles que comigo se cruzam e alegria para todos sem exceção
Insaciável perante a minha busca de riqueza interior fui em busca de certificados de solidariedade, doei pedaços do melhor que há mim para instituições de caridade, transferi voluntariedade e pedi extratos da minha vida corrente para que nada ficasse ao acaso
A prazo deixei a minha ansiedade, os meus medos, a minha inconsciência. A pronto os meus desejos, os meus sonhos, as minhas certezas perante a vida, e no meu plano de poupança pintei um arco-íris para dar cor a cada dia que vira na certeza que o meu futuro e daqueles que eu amo estará garantido
Perdi me na imensidão deste mar, encontrei me na imensidão do teu crer, mergulhei na espuma branca das suas ondulações tal como mergulho nos contornos do teu corpo, e fiz da vontade que eu tinha de ali afogar a procura da eternidade renascendo no teu ser…
Sentia a brisa marítima como sinto o teu respirar e deixei-me extasiar pela salina que ao me tocar os lábios se transformavam nos teus doces beijos…
Perdi me neste oceano de desejos, desejo de seres mar e eu ser a terra que te acolhe e te respeita, ser a areia da praia para sentir as carícias no suave bater das ondas, como sinto os teus dedos ao passar levemente pelo meu rosto…
Ser o peixe que nesta água sobrevive respirando o seu oxigénio, pois para mim tu serás sempre a minha razão de viver e sem ti sufocarei, sem esse ar que tu respiras e te rodeia e que me bafeja cada vez que estou ao pé de ti…
Seria o céu que cobre esta água azul celeste e que com ela interage segundo as leis da natureza, tal qual as leis do amor que ambos sentimos fazem do nosso céu um lugar sem nuvens, e se elas existissem…
Seria então a brisa que da mesma maneira como guia as velas dos marinheiros em alto mar, guiaria o nosso amor para o azul celeste e sem máculas do nosso pedaço de eternidade…
Seria a linha do horizonte que divide o mar do infinito... E como essa linha fazia um círculo em nossa volta para o infinito ser o nosso amor!
Um simples olhar talvez bastasse para que se percebesse o porque deste dia
Um simples encostar dos vossos lábios talvez definisse o porque deste passo
E na simplicidade da vossa união talvez se entenda qualquer outro porque que possa existir
Definir algo tão simples seria como tentar explicar as mil e umas vontades de uma criança inocente perante a vida, em que o brio dos seus olhos define as suas paixões, a sonoridade com que se exprime define a sua vontade de gritar perante a ânsia de viver, a força que exerce em cada novo passo que tenta dar define a luta constante para chegar mais alem, a inocência pura em cada novo despertar, como que abraçando o futuro para envolve-lo na delicadeza dos seus mais inocentes desejos
Serão esses inocentes desejos agora amadurecidos pelo vosso amor, que vos abraçam neste dia, porta de um futuro que vos fez despertar a pureza destes tão vossos sentimentos, a dois será a vossa luta, mais além vos levara cada passo em conjunto na cadência das vossas forças exercidas, já não serão gritos, já não será ânsia… será a harmonia de uma vida a dois, melodia do vosso dia-a-dia, será a paixão brio de quem para vocês olhar, será agora a inocência de um dia em que vocês se conheceram tornadas em resposta as mil e umas perguntas que já fizeram
E na simplicidade desta união já só existem certezas
Simples encostar de almas que define este amor
Simplesmente olho e percebo a certeza deste “tão vosso dia”
"Dedicado ao Sérgio e a Susana neste dia tão especial"
Levemente abro os olhos, procuro um ponto que me guie, um brilho que me ilumine, procuro uma linha nos traços do teu rosto, quero em mim percorrer cada pedaço de ti, quero seguir o caminho que me leve até a alma do teu ser, este e o único caminho, a única estrada, que me pode levar até a ansiada felicidade!
Como a gaivota que junto ao mar procura sobreviver, nos traços de ti mesma quero viver!
Nos meus dedos sinto um tremor, sinto a ansiedade de uma criança, sinto medo de por mais leve ser o meu toque, ele poder-te magoar inocentemente!
Sentimento que me guia nesta única estrada, que na certeza de me levar até ti, faz deste caminho, a viagem que sempre sonhei realizar!
Pelos traços do teu rosto, percorro o teu sorriso, caminho iluminado pelo brilho do teu olhar! No fundo do mesmo quero me perder, neste olhar profundo repleto de desejos, reflexos dos meus! Pedaços de nos mesmos!
Sinto agora o perfume, o odor, o cheiro, sinto-te tão perto, que tudo em mim quase desvanece, os dedos já perdidos pelos teus cabelos, não reagem aos meus pensamentos, tomaram livre espontaneidade e são agora guiados pelo sentimento que me levou a este caminho!
Agora sim... No aproximar dos teus lábios lembro o porque de ter fechado os olhos!
Queria sentir a alma deste desejo, seria um beijo como tantos outros que te dei, seria a química que tanto desejei... Não!
Era somente um beijo teu, mas que para mim foi o iniciar deste caminho que me levou ate a ti!
Caminho da felicidade em que o horizonte já não tem linha, confunde-se com o infinito, tal o sentimento que me guia e que no infinito se perde rumo a eternidade!
Um descampado em tons de cinzento… passado recente do meu ser, sombras de uma solidão insistente…. Nuvem branca espalhando-se pelos céus em brisas suaves… presente que me faz escrever tal esta branca folha de papel, sopro de inspiração…. Papoilas cor de fogo… futuro em ti, cor que a minha vida antevê neste arco-íris de sentimento!
Vejo agora o futuro estampado nesta palete colorida… primeiro plano dos meus pensares… e no presente escrevo…alma sem vento… escrita com rumo próprio… como se o passado bem lá atrás, não passasse de um mero momento que só serve para preencher um baú de recordações… que neste descampado se perde!
Papoila serás tu…. Os reflexos serão eu… e os botões de flor que as dividem…serão a semente de sentimentos que fará a cada dia este amor crescer! E assim as nuvens deste presente de branco puro que preenchem os céus levarão o cinzento deste triste descampado… para um dia olhares e encontrares no passado papoilas de cor de fogo… sinonimo da alma com que o nosso amor arde… a alma que me ensinaste no presente… botão de flor que deixarei crescer neste meu e tão nosso futuro!
Desceu um anjo a terra, asas magoadas, lágrimas caídas, sufocando a sua melodiosa voz!
Uma menina subia a uma árvore, corpo arranhado, sorriso estampado de tal proeza, em gritos se fazia ouvir!
O anjo ainda de voz trémula e confuso perguntou a menina o porque de tal alegria, a menina eufórica respondeu-lhe:
“Nunca eu tinha subido esta arvore, sinto me aqui mais perto do céu, talvez um dia numa arvore maior consiga alcançar uma nuvem, e nela viajar com os anjos”
O anjo percebeu então que a menina não se tinha apercebido que ele próprio era o dito anjo!
Deixando a menina na sua inocência o anjo a custo subiu a arvore, ao chegar perto vendo os seus arranhões perguntou-lhe se tal feridas não a incomodavam!
Ao que a menina retorquiu:
“Feridas seriam eu estar ainda no chão, olhar para cima da árvore e vê-la como um lugar inalcançável!
Poderão me doer hoje e amanhã, mas senti-las nunca me provocara tanta dor, com tinha antes de cumprir o meu sonho e não o ter realizado”
O anjo ficou pensativo… ao que a menina lhe perguntou o porque!
Ao que ele lhe respondeu:
“Tenho asas que me levam aos sítios mais bonitos e inalcançáveis. As minhas asas magoadas entristeceram-me e nunca eu tinha pensado que asas são os sonhos, e que essas jamais se partirão na mágoa de não os poder realizar, pois a esperança será a cura, e continuando a voar pela terra dos sonhos, a realidade será o sorriso estampado no rosto de quem acredita, tal como tu o fizeste!
A menina estampou o sorriso próprio de criança inocente desceu a arvore, e ao voltar a olhar para arvore viu o anjo voando voltando para o seu céu!
Se uma flor nasce… talvez um dia tenhamos um jardim!
Se uma flor desabrochar... talvez um dia tenhamos o seu perfume no ar!
Se uma flor for cuidada… certeza teremos o prazer da sua beleza estampado em suas pétalas... alimentada, dar-nos a todo o seu esplendor e o talvez do seu perfume será agora o saudável prazer de podermos senti-la no ambiente que nos rodeia!
Se o amor nascer... talvez um dia tenhamos um paraíso
Se o amor desabrochar... talvez um dia tenhamos o seu perfume na nossa alma!
Se o amor for cuidado, certeza teremos o prazer da sua beleza estampado no nosso rosto... alimentado, dar-nos a todo o seu esplendor e o talvez do seu perfume, será agora o saudável prazer de poder-mos senti-lo em todo o nosso ser!
E se uma flor nasce e porque com amor nos pediu um jardim... com ele, ela se sentira no paraíso... pois será amada e verá o amor a sua volta... ao desabrochar dar-nos a todo o seu perfume, perfume no ar que penetrara pela nossa alma!
Será cuidada com o amor... e as suas pétalas dar-nos a sua beleza estampada n o reflexo dos nossos rostos!
Alimentada será o esplendor e o verdadeiro significado desse amor que lhe demos... o ambiente em nossa volta jamais será um talvez... mas sempre a certeza que o amor que nos rodeia e um sentimento que nasceu do nosso ser!
Pintei umas asas numa folha de papel, com um tom azul dei vida a um céu, umas tímidas pinceladas de branco deram lugar a umas nuvens… mil e uma cores descobri nesta minha viagem pela folha de papel, como se já usasse as asas que nesta mistura de linhas idealizei
O céu era agora de um azul profundo, transformando se em mar onde mergulhei, as tímidas pinceladas brancas eram agora uma mistura viva de ondas que neste mar se espalhavam e as mil e uma cores eram toda a vida nele existente, a minha viagem continuava com as mesmas asas, continuava eu a voar por este mar dentro
Mas o mar era agora um porto seguro em terra firme, onde o azul eram as paredes de um abrigo acolhedor, branco eram os lençóis sedosos e aconchegantes deste doce refúgio e as mil e uma cores os rostos das gentes que davam vida a este porto, as minhas asas continuavam intactas…
Eram elas que pintava esta branca folha de papel, com vida própria transformava os meus sonhos em pequenos pedaços de tempo, azul eram as paredes do meu ser, o tímido branco o meu crer, e as mil e uma cores eram os meus mais secretos desejos
Jamais poderia deixar de pintar tal como escrevo, seria como perder as asas que me deixam voar… que me deixam viver…
