lagrima
Poderia ter escolhido um barco atracado e pronto para zarpar…, mas não fiz!
Escolhi um barco encalhado na solidão de uma praia deserta.
Poderia o ter desencalhado e logo partir para alto mar.…, mas não o fiz!
Escolhi ficar ali e admirar aqueles raios de luz que rasgavam as nuvens!
Poderia ter mergulhado naquele mar belo e tranquilo...mas não o fiz!
Escolhi deixa-lo sossegado na sua paz e calmaria!
Poderia ter feito mil e uma coisas... chorar... sorrir... gritar... mas não o fiz!
Escolhi dar voz a natureza das coisas!
Foi ai que senti no lodo que invadia o barco as lágrimas da solidão!
Nos raios de luz o tímido sorriso de um céu escondido pelas nuvens!
E no mar o grito mudo do silencio que imperava nesta paisagem!
Dei assim voz a natureza...e a natureza que há em mim suavemente me fez cair uma lágrima... lágrima que me despertou um sorriso!
Sorriso tímido... que vinha do fundo de mim mesmo... vinha das entranhas do meu ser... sítio onde os gritos que tinha dado até ai... nunca tinha visto a luz do dia... eram a solidão que teimosamente morava no meu ser... agora em lágrima evaporou se na imensidão da paisagem que se me deparava... pude assim ir embora... tinha acabado de fazer a viagem em mim mesmo!
Por vezes o melhor caminho e começar por nos mesmos...e dai talvez nos preparamos melhor para partir para outras paragens!